Monday, April 30, 2007

Uma boa razão para fazer barulho

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Histórias de infância

Eu sou um desbocado, pois falo e só penso a meio de frases que nunca devia ter começado! Sempre é com um "rasgo" de originalidade, pois eu não penso só depois, eu penso durante! Se não estão a ver qual é a diferença eu explico: como metade da frase já saíu, tem de se arrematar o melhor possível. O pior é que a forma como acabo as frases dão-lhes sentidos inesperados que soam ainda pior.
Vou contar-vos uma pequena história da minha infância que retrata bem esta minha faceta.
A minha Avó paterna ADORAVA saír e falar com as pessoas. Para terem uma ideia de até que ponto a minha avó gostava de saír, basta que eu vos diga que Ela comprava quase todos os dias, numa leitaria longíssimo de casa dela, um pacotinho de manteiga (sim, daqueles de entrada que se vêm nos restaurantes... estou a falar a sério!) e dois "papo-secos" por dia. Claro que, depois, também era preciso ir à drogaria, talho, peixaria, mercado... enfim o sonho de todo o puto daquela idade: ser arrastado àqueles locais, andando ao passo lento (mas seguro) de uma senhora de idade avançada.
Eu ainda lhe dizia (como se tivesse descoberto a pólvora): "Sabes que há pacotes de manteiga maiores e podes comprar mais pão de cada vez??!!" Sem efeito, evidentemente.
Mas havia algo que se acrescentava à "adrenalina" de saír com a minha Avó: "as amigas". Dá-me ideia que TODA A GENTE conhecia a minha Avó - todas as reformadas tagarelas, pelo menos. Numa situação ideal, a minha avó só falaria com uma parte das pessoas que víamos na rua, a muitas, apenas cumprimentando com o "Bom dia, como vai?" da praxe e sem esperar verdadeiramente uma resposta... Na realidade, a minha Avó parava para falar com toda a gente (que, sendo reformada, parecia ter todo o tempo do mundo para falar) e havia conversa para dar e vender, sobre vidas de pessoas que eu não conhecia e nem queria conhecer.
Certa vez, eu estava a "anestesiar" com os queixumes de uma senhora. Ela contava todas as infelicidades que o filho dela tivera desde que vira o meu Pai pela última vez (tipo, na escola, estão a ver?!). Para não estar calado eu era para dizer "Ainda bem que o meu pai não passou por isso tudo!". Mas dizer isso seria terrivelmente insensível da minha parte e, até com aquela idade eu me apercebi disso, mas só a meio da frase...
Resumindo: depois da senhora quase ter chorado baba e ranho ao contar todo o azar que o filho dela tinha tido na vida, eu digo "Ainda bem!". Seguiu-se um silêncio desconfortável, no qual a mulher tentava esboçar um sorriso amarelo, enquanto certamente pensava: "Este miúdo é o Anti-Cristo!".
Este post é uma resposta ao "Opinanço" do Raposa Branca. ;-)

Sunday, April 29, 2007

A quem isto possa interessar

Ultimamente tenho escrito pouco, é verdade...
Criei este blog para que a minha família tivesse uma ideia do que eu andava a fazer, a 2000Km deles. Só que, recentemente, tenho-me divertido a filmar e editar vídeos para contar as minhas peripécias aos meus, a quem os envio por MSN. Como sentia que já tudo estava dito, acabei por negligenciar o blog.
Se não faz parte da minha família, não recebeu os vídeos e, por uma razão que desconheço, quer saber da minha vida (get a life dude!), aqui vai um lamiré destes últimos tempos na minha vida:
Fui a Lille visitar a família daquelas bandas, com quem fui ao cinema ver o "Le prix à payer" (é porreiro, aconselho vivamente) e passear um pouco.

Em Paris, quando tenho tempo e companhia... tenho visitado a linda cidade onde estou a passar uns tempos (Até vi a Alien num Poster, que famosa!LOL).

E é tudo, por agora. Vou ver se escrevo mais frequentemente.
Tenho de ir: o meu Pai pediu-me para ver se encontrava em Paris sementes de feijão carrapato (estou a falar a sério...) e duvido que eles aqui lhe chamem "haricot carrapate"...LOL

Volto já, volte também! ;-)

Sunday, April 15, 2007

Outro dia filosófico

Por vezes, o Windows pergunta-me coisas que me fazem ter vontade de me sentar numa poltrôna enorme a acariciar um gato branco e fazer planos megalomaníacos de domínio mundial...

Flash


Mais uma foto do tipo "Estive lá"...

Episódio I - A ameaça

Ao tempo que eu era para ter começado isto: aqui vai o primeiro episódio da minha saga de procura de estágio...
Era o Fim do Verão, que eu tinha passado quase todo no Norte de França a trabalhar num supermercado. Acabadinho de chegar a Paris, uma surpresa esperava-me na caixa de correio electrónico (que eu vira tão pouco no Verão, por ter ficado em casa de tios que não têm internet): o encarregado do meu mestrado (que, por acaso, também era o meu Orientador) tinha-me enviado um ultimato. Escrevera-me um mail dizendo que, se eu não respondesse no espaço de uma semana ao mail a confirmar o meu interesse, ele daria por cancelada a minha inscrição. Dado que o mail tinha já duas semanas, imaginem o meu pânico... Telefonei, enviei mail, mas estava num estado tal que acabei por passar pessoalmente pelo escritório dele para esclarecer as coisas como deve ser. Com um sorriso de grande naturalidade, ele diz com leveza: "ah, mas eu sabia bem que estavas interessado. Eu enviei aquele mail a toda a gente para os assustar, porque podem ter havido desistências e as pessoas não me terem avisado...". Apetecia-me esganá-lo e meter-lhe um processo por danos morais ou coisa do género, para pagar o psicólogo... Enfim... pelo menos o mundo estava a desabar um pouco menos naquela manhã... Mas só um pouco, pois outra ameça espreitava no horizonte: eu era suposto já ter contactado um laboratório para fazer um estágio e ainda nem tinha começado! Ninguém me tinha dito e, mesmo que o tivessem feito de pouco adiantaria, visto que estava demasiado longe dos laboratórios de Paris para poder seriamente considerar entrevistas.