Monday, November 21, 2005

O "Navio"



Todos os dias eu passava por um Navio atracado no meu cais. Era, para mim, o melhor e mais belo Navio do Mundo. Estava lá desde que nasci e reconfortava-me pensar que lá ele estaria, sempre.
Há alguns meses, um grande reboliço em redor do Navio indicava que ele poderia partir em breve. Mas eu, esquecendo-me de que todos somos navios e acabamos por partir, nem me ocorreu que poderia nunca mais o ver.
O Navio partiu e afundou-se, sem eu ter tido a oportunidade de me despedir.
Agora, sento-me todos os dias num cais frio e vazio, de coração apertado a recordar. O Sol e a Lua trocam de lugar, como se nada fosse, deixando-me também a mim afundar na eterna saudade.

2 Comments:

Blogger Ju said...

Nada! Nada! Não te deixes afundar... a saudade é tramada, mas se souberes nadar ela não te afunda.
Depois de muito tempo a saudade continua a mesma, mas sem a capacidade de te afundar, mas com a capacidade de te mostrar as bonitas memórias do Navio.

22 November, 2005  
Blogger Ana said...

Esses navios que partiram devem ser a nossa força para continuarmos em frente... recordam-se para sempre com um imenso carinho, custará para sempre a sua partida, mas estão também para sempre em nós... Embora não os esquecendo nunca, devemos aos poucos ir olhando para o nosso cais e reparando nos restantes navios atracados... Com uma esperança no futuro que se vai renovando aos poucos, porque, plagiando uma frase do filme do filme "O Naúfrago"... "nunca se sabe o que a maré irá trazer até à nossa costa"....que outros navios surgirão na nossa Vida para nos ajudar?...

22 November, 2005  

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