O meu Sábado passado previa-se chato, mas eu não fazia ideia até que ponto!
Por razões burocráticas, só pude comprar os bilhetes à última da hora, o que os tornou mais caros e me obrigou a fazer uma escala no Porto para o regresso a Paris.
O previsto era:
- Lisboa (cedíssimo) --> Porto
(esperar 6 horas no Aeroporto do Porto)
- Porto --> Paris (tardíssimo... e ainda teria de apanhar o comboio e metro para ir para casa!)

Mas não foi bem isso que se passou...
Ao fazer o check-in em Lisboa deixei a minha bagagem e a senhora da TAP disse-me (enquanto falava ao telefone):
"A mala vai directamente para o Porto".
Passado um pouco (sempre a falar ao telefone) diz:
"A mala vai directamente para Paris"
(E lança-me um sorriso do género: "Adeus, pisga-te!")
Eu e o meu Pai entreolhámo-nos e eu disse: "Eu acho que a mala vai para Paris, mas não tenho bem a certeza"(entretanto, perguntei a meio mundo e todos me disseram que iria para Paris directamente).
Nos altifalantes começaram a dizer que poderiam verificar-se alguns atrazos devido à greve da GroundForce e, efectivamente, tive de esperar um bom bocado para partir para o Porto.
(Um pequeno "à parte": não é que esperasse uma refeição copiosa, mas a viagem entre Lisboa e Porto é tão curta que a única coisa que nos oferecem é àgua! Quando a hospedeira me disse "Vai desejar àgua?", senti-me um pobrezinho.)
Como é meu hábito, assim que cheguei ao Porto, como não conhecia... perdi-me! Saí por onde não devia e tive de fazer a "simpática" verificação da bagagem de mão de novo para voltar a entrar.
O Aeroporto do Porto é muito engraçado.
Sem dúvida muito mais estético do que o de Lisboa. Almocei e preparei-me para esperar umas valentes horas até ao voo para Paris.
(Lamento, mas segue-se uma "piquena" conversa de merda)
Nos sanitários, oiço uma música do Bob Sinclar: era o toque de um telemóvel. Eu, pessoalmente, só se esperasse uma chamada SUPER urgente atenderia num WC público, mas o senhor atendeu e disse: "Estou? Olha espera que eu estou a cagar!"
Como tinha levado o computador, fiquei radiante ao descobrir que o Aeroporto do Porto disponibilizava internet gratuíta. Haviam imensos pontos de ligação à internet... COM FIOS! Como se eu andasse com esse tipo de tecnologia do Paleolítico atrás... Grrrr
Começam a chamar o pessoal para o voo do Porto para Paris... Para dizer que tinha sido cancelado! A minha bagagem (provavelmente) já estava em França e eu preso no Porto!
Enfim... foi uma confusão (poupo-vos dos detalhes) pois já não haveriam voos alternativos Sábado.
No reboliço desta notícia, uma senhora chega-se ao pé de mim e faz-me uma pergunta ridícula:
“como será que chegam ao destino os aviões cancelados?”
Eu pensei “Oh minha besta, se fora anulados não chegam!”
“E a bagagem?” continua a criatura.
Eu pensava que ela estaria na mesma situação que eu (estar num país e as malas noutro) e, empático, começo "Depende, se a sua bagagem..."
Aí, ela interrompe-me e diz:
"Ah, eu não! O meu voo é o seguinte e não foi cancelado! Eu não tenho esse problema. Eh, eh!"
Olhei-a, considerando partir o pescoço à velha! A gaja estava só a meter o bedelho e a divertir-se da nossa aflição! Há pessoas, que... fracamente!
Um senhor francês que estava atrás de mim começou a dizer que, ao contrário do que é seu hábito, estava a tentar encarar a situação com calma ("para quê nos enervarmos? Não valeria de nada..."). Exactamente 2 minutos depois, o mesmo indivíduo que estava tão "Zen", desata a gritar e a desbaratinar como se fosse partir aquela merda toda se eles não se despachassem!
Finalmente, os funcionários da TAP/Groungforce encontraram uma alternativa: um voo Domingo para Paris. Teríamos é de fazer uma escala... EM LISBOA!
Voltei a Lisboa, mais filas de espera... e cheguei à minha casa de Lisboa muito tarde. Quase nem tive tempo para dormir, pois o check-in do dia seguinte foi às 5h30m da manhã...
No dia seguinte, lá consegui chegar a Paris e a demanda para encontar a "mala perdida" começou. Cheguei ao guichet da reclamação de bagagens da TAP mas não havia ninguém. Perguntei a uma outra senhora que me disse que não era ali (tipo "ignorem o ENORME sinal que diz TAP"). Eu repliquei que ali é que estava indicado ser o local da reclamação de bagagens da TAP e ela "acredite no que quiser!" (a senhora era a simpatia em pessoa portanto...).
Anyway, lá fui encontar a minha "bebé" abandonada, quase ao pontapé... tadita! O que me chocou é que pude ir buscar a mala a um monte de bagagem que para lá andava sem que me tivessem pedido um comprovativo em como a mala me pertencia! Acham isto normal?
The End
PS: Sabiam que a TAP dá nomes de Portugueses ilustres aos seus aviões? Agora podemos dizer que o "Eusébio" nos levou a França ou que estivemos dentro da "Florbela Espanca" umas boas duas horas à espera de descolar... quer dizer... podemos dizer mas, se calhar, é melhor não o fazermos.